Por Telma Sherer
Vou buscando bombas em todas as palavras para estourar feito milho na panela.
Vou saber da sujeira e das sementes para jogar na cara dos fracos.
Empunhar o momento em chãos de gosma não é fácil. Se saber demanda invento e ampulhetas.
Descubro geografias na mão, antevejo mundos em pés gelados e cansados da lida.
Agir demanda tempo e fogo fátuo.
Nobre como cada nesga em dor que irrompe nos sossegos da manhã, o dia urge. Suado como o sol dos batuques em pedras e calçadas sem nem sombra de algoritmo.
As bombas espocam do suor das falas, das filas sem sossego das notícias.
Encurvo os passos e sorvo um sumo de poeira na ampulheta.
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Telma Scherer é poeta e professora, autora de SQUIRT e O SONO DE CRONOS da Terra Redonda Editora.
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