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Para bom entendedor, "200 palavras" bastam

Lançado o novíssimo livro de Sergio Papi, celebrado autor da Terra Redonda.


Já está à disposição de seus fieis leitores a mais nova obra escrita de Sergio Papi, o profícuo narrador e artista visual que publicou, em 2020, o livro "99 histórias", por esta mesma casa editorial. Ou seja, com "200 palavras", Papi mais que dobra sua aposta, mas promove uma mudança substantiva em suas histórias, pois desta vez, além de serem contadas em palavras, não são palavras quaisquer, são palavras contadas.


Sergio Papi não se cansa de produzir obras-primas. Sobre isso, ele declara, insuspeito: - "Sempre parece que é a primeira vez". Afirma isso apesar da idade um tanto avançada, satisfeito depois de tomar a 1ª dose de Coronavac.


Percebe-se também que Papi não se deixou abalar por críticas ambíguas rebebidas por seu último livro, em prefácio ainda não publicado. O impávido autor resumiu sua nova construção assim: "200 pequenos textos, meio crônica, meio prosa poética, sempre 200 palavras. 40.000 palavras". Trata-se de um livro com diagramação cuidadosa e acabamento luxuoso, em papel de alta qualidade. Com revisão dos queridos Beto Borges e Pato Papaterra.


Diante de "200 palavras", o renomado grafiteiro, artista plástico, designer e professor Waldemar Zaidler declarou:


– Dá aí duzentão de reais possíveis! Este bem poderia ser o pedido de cacife para entrar no jogo instituído por Sergio Papi com seus lúdicos divertimentos. Nesse jogo Papi dança, pula de eu em eu, cartografa territórios pelos quais transitam personagens, povos, ambientes, paisagens, e também se entrelaçam o aprendido, o vivido, o sonhado; por eles o jogador avança e ganha ao cruzar fronteiras. As regras desse jogo, sinalizando especial apreço do autor pelo sistema decimal, pressupõem cálculos compositivos para o escritor e conectivos para o leitor; mas não pre-veem algorítimos, não fixam matrizes. Pelo contrário, a diversidade instiga o jogador a dobrar a aposta, fabulando sobre as possibilidades de gênero para a próxima rodada – Retrato, Paisagem, Histórico? –, o que valoriza o entre-rodadas: aí se encontram os prêmios. Para quem, como eu, habituou-se a topar esporadicamente com Papi pela Internet, é divertido ler impressa esta seleção

de textos. Evidencia-se a tensão da escrita que sustenta as partes em arco, potência resultante de estratégia e de técnica que, intuitivamente arquitetadas ora dentro, ora fora da lógica e da causalidade, singularizam cada duzentão como parte de

um quebra-cabeça: Papi estilhaça o brinquedo, pois “Quebrar o brinquedo ainda / é mais brincar”.





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