O íncrível ano de 1968, nas lembranças e sonhos de quem viveu e curtiu aquele momento
- terraredondaltda
- 12 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 30 de jul.
Autoficção de Napoleão Oliveira nos leva por um divertido passeio pelo ano que não terminou.
Confira a seguir uma síntese do livro "Um ano do macaco: 1968. O mundo nunca mais seria o mesmo", de Napoleão Oliveira. O autor e a Terra Redonda Editora preparamos para breve o lançamento de seu novo romance, "Artigo 171".
O livro começa com o narrador, um senhor grisalho e dono de bar, relembrando sua juventude em 1968, um ano de "drogas, sexo e rock and roll" e grandes transformações. Ele recorda as aventuras com sua banda de rock, as gincanas noturnas da Jovem Pan e a vida de classe média que transitava entre diferentes realidades sociais.
Um marco nesse período foi o envolvimento em uma situação perigosa: a proteção de Marina, amiga de Simone, que estava sendo assediada por um ex-namorado ligado a grupos de direita. Após uma série de eventos que culminam em uma "vingança" contra o agressor, o narrador e Simone iniciam um romance. No entanto, a relação é abalada pela prisão de Simone por "subversão" durante o endurecimento da ditadura. Libertada, ela se afasta do narrador, optando por um caminho de luta política.
Em meio a essa turbulência, o narrador se envolve com Lourdes, uma baiana casada. O caso, porém, termina abruptamente quando o marido de Lourdes descobre a traição e a responsabiliza por desfalques financeiros na empresa. O narrador é alertado sobre a ameaça de capangas e, para escapar, decide fugir de São Paulo.
Ele se une a um conjunto de baile, viajando pelo interior do Paraná. Em Cianorte, a banda é enganada por um suposto empresário, resultando em uma vingança inusitada que os leva a deixar o trapaceiro nu no meio da estrada.
Em Maringá, a banda encontra novas oportunidades, mas o narrador se vê novamente em situações complexas. Ele se envolve com Gina, uma dançarina, em uma paixão avassaladora, mas o relacionamento é conturbado e ela chega a agredi-lo. Em um encontro posterior, Gina revela ter sido manipulada por outra dançarina, Irma, que por ciúmes, arma um plano que culmina na queima das roupas do narrador. Gina, arrependida, o compensa com suas joias.
Paralelamente, o narrador se envolve com Marlene, que o infecta com gonorreia. Ele também é seduzido por Regina, gerente da boate, e, em uma noite cheia de adrenalina, precisa fugir pela janela quando o parceiro dela chega inesperadamente.
A banda se consolida, mas o narrador faz uma descoberta chocante: o "guisado de coelho" que comiam no bar do velho era, na verdade, carne de gato. Ele e o Bacana decidem não denunciar o velho, mas exigem que ele mude o cardápio.
Em meio a tudo isso, a voz do narrador sofre com o desgaste da rotina de shows e hábitos prejudiciais. Ele adoece, mas é cuidado por Nina, que o ajuda a se recuperar e parar de fumar. Esse período de repouso o leva a uma reflexão sobre o fim de um ciclo em sua vida.
A banda decide encerrar suas atividades em Maringá. O último show é uma grande festa de despedida, marcada pela notícia do Ato Institucional nº 5 (AI-5), que traria "chumbo grosso" para o Brasil. Em uma emocionante despedida, o Rosalino faz uma homenagem à banda. O narrador se despede de Nina, que lhe dá um pingente com a letra "L".
De volta a São Paulo, o narrador se reencontra com a família na nova casa e, apoiado pelo pai, decide voltar a estudar. Ele vende a Kombi e a banda se desfaz amigavelmente, com os membros seguindo novos caminhos.
Finalmente, no presente, o narrador, já um senhor, reflete sobre 1968 como um ano de intenso aprendizado que o transformou. A história termina com o telefonema de Bacana, anunciando a chegada dos amigos para o reencontro, reafirmando que, apesar de tudo, aquela é a sua banda.
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Napoleão Oliveira é autor da Terra Redonda Editora.
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