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Natureza degradada (ebook)

A relação entre o ser humano e o ambiente sempre esteve presente nas manifestações artísticas ao longo da história. A “natureza”, em seu sentido de “não humano”, constitui elemento de identificação espacial, quando não argamassa da estrutura de romances, contos, poemas e ensaios. 
No Brasil, a natureza exuberante era exaltada desde as primeiras cartas e relatos de viagem. É no século XX, porém, que se começa a sentir no Brasil a decadência do mundo rural, mais próximo à natureza, e o avanço implacável da urbanização.  Na década de 1960, o então chamado Primeiro Mundo se defrontava com questões que iam além das migrações rurais. Tratava-se agora da possibilidade de extinção em massa das espécies e até mesmo de extermínio das próprias condições que propiciam a vida humana na Terra. As bombas atômicas atiradas pelos EUA em Hiroshima e Nagasaki (1945), o derramamento de petróleo em alto mar pelo navio Torrey Canyon (1967), a nuvem de fumaça tóxica que dizimou milhares de pessoas em Londres (1952), a dispersão de produtos químicos na agricultura provocando o envenenamento de aves (Silent Spring, 1962) eram alguns dos temas que se apresentavam ladeando questões sociais como a desigualdade econômica, o feminismo e o racismo.
Nessa mesma época formava-se um novo ramo jurídico, o Direito Ambiental (ou Ecológico, como propunha Diogo de Figueiredo Moreira Neto em obra pioneira), como resposta à convocação feita em 1972 pela ONU. Naquele ano, em Estocolmo, países de todo o mundo haviam se reunido para discutir pela primeira vez a temática ambiental numa Conferência sobre Meio Ambiente Humano.
Estas questões não foram ignoradas por nossos poetas, compositores populares e romancistas. Nessa mesma época começaram a surgir estudos no âmbito da Teoria Literária incorporando essa nova perspectiva ecológica. Na Inglaterra e nos Estados Unidos prosperou uma nova corrente à qual foi o dado o nome de Ecocriticism – Ecocrítica. 
É nesta perspectiva que vem a lume esta obra, trazendo dezesseis contos selecionados num universo de 130 concorrentes do 3º Concurso Literário da Revista PUB – Diálogos Interdisciplinares.
Promovido pelo Instituto Brasileiro de Advocacia Pública (IBAP) em parceria com a Associação dos Professores de Direito Ambiental do Brasil (APRODAB) e com o apoio do Grupo de Pesquisa sobre Ecologia, Literatura e Direito Ambiental – REDE GP-ELIDA, da Associação para o Estudo da Literatura e Meio Ambiente do Brasil (ASLE-Brasil) e dos Departamentos de Letras Modernas e de Teoria Literária e Literatura Comparada da FFLCH-USP, do SINAFRESP - Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo e do SINDIPROESP- Sindicato dos Procuradores do Estado, das Autarquias, das Fundações e das Universidades Públicas do Estado de São Paulo, o concurso teve por finalidade de estimular e valorizar a leitura e a produção literária de contistas no contexto das mudanças climáticas e da proteção da biodiversidade.
Em 2021, o patrono escolhido para o concurso foi o escritor amazonense Márcio Souza, autor dos romances Galvez Imperador do Acre e Mad Maria, dentre outros, além de contos, ensaios, peças de teatro e roteiros de cinema.
Os contos concorrentes versaram, direta, indireta ou tangencialmente, sobre ao menos um aspecto atinente ao tema do concurso, tais como: aquecimento global; refugiados ambientais; poluição das águas, do ar e do solo nas cidades; contaminação por produtos químicos; destruição das florestas; extinção de espécies; maus tratos contra animais; racismo ambiental; ecofeminismo; relação dos povos originários, comunidades quilombolas, seringueiros, caiçaras e populações tradicionais em geral com o meio ambiente; pandemia e crise ecológica planetária; agrotóxicos e pesticidas; monoculturas; êxodo rural; doenças do trabalho; injustiça socioambiental; poluição luminosa etc.
Sua seleção foi feita por uma Comissão Julgadora, composta por membros ad hoc, constituída por associados do IBAP e da APRODAB e por professores especializados na área de Letras e/ou pessoas de renome na área editorial e literária: Adriana Iozzi Klein, Professora Letras/USP e membro do IBAP; Ana Cecília Arias Olmos, Professora Letras/USP; Anamaria Grunfeld Villaça Koch, Advogada/SP (IBAP); Carlos Frederico Marés de Souza Filho, Advogado/PR (IBAP); Celso Augusto Coccaro Filho, Advogado/SP (IBAP); Daniel Ferraz, Professor Letras/USP; Deusa Maria de Souza Pinheiro Passo, Professora Letras/USP; Elizabeth Harkot de la Taille, Prof. Letras/USP e membro do IBAP; Fernanda Leão de Almeida, Promotora de Justiça/SP (IBAP); Fernanda Menna Pinto Peres, Juíza de Direito/SP (IBAP e APRODAB); Jorge de Almeida, Prof. Letras (USP); José Nuzzi Neto, Procurador de Autarquia/SP (IBAP / APRODAB), Lindamir Monteiro da Silva, Geógrafa e Advogada/SP (IBAP); Luciano J. Alvarenga, Prof. Direito (APRODAB); Lyssandro Norton Siqueira, Procurador do Estado/MG (IBAP / APRODAB); Márcio Matiassi Cantarin, Prof. Letras (UTFPR / ASLE Brasil); Maximiliano Kucera Neto, Procurador do Estado/RS (IBAP); Paulo Fernando Esteves de Alvarenga II, Defensor Público/SP (IBAP); Roberta Oliveira Lima, Prof. Direito (APRODAB); Roberto Araujo (Ed. Europa); Sandra Guardini Vasconcelos, Prof. Letras (USP); Sheila Cavalcante Pitombeira, Procuradora de Justiça/CE (IBAP e APRODAB) e Thiago Rhys Bezerra Cass, Prof. Letras (UFRJ).
Os nossos agradecimentos a todos os membros da comissão que, voluntariamente, por amor à Literatura, aceitaram ler e avaliar cada um dos 130 contos enviados. É a composição desta comissão que confere ao concurso credibilidade. Os contos foram avaliados, assim, por um sistema que poderíamos denominar de “collective blind review” – critério muito mais rigoroso do que aqueles normalmente estabelecidos para a seleção de artigos acadêmicos em revistas conceituadas.
Agradecemos também à Terra Redonda Editora, pelo apoio decisivo na divulgação do certame literário.
Parabéns, por fim, aos contistas selecionados, alguns deles já conhecidos por suas participações em concursos anteriores (Nicole Ayres Luz e Rui Guimarães Vianna, em 2019; Marina Yukawa, em 2020).
Esperamos que esta nova obra contribua, no campo da Ecocrítica, para a formação de um corpus literário mais amplo no Brasil, fomentando um diálogo produtivo entre Literatura e Direito Ambiental, com vistas à conscientização ecológica de todos.

 

Guilherme Purvin (organizador)
Graduado em  Letras (FFLCH-USP). Doutor em Direito Ambiental (FDUSP). No campo da escrita criativa, é autor dos livros de contos “Virando o Ipiranga”, “Sambas & Polonaises” e “Laboratório de Manipulação”.

 

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Formato: 14 x 21 cm

128 páginas

Capa de Sergio Papi

 

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Natureza degradada (ebook)

SKU: 978-65-86265-92-7
R$ 26,00Preço
  • Você já pode comprar seu ebook, mas o livro impresso será lançado no próximo dia 7/12, no Canto Madalena, em São Paulo. 

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  • Celso Antônio Lopes da Silva
    Cesar Augusto de Oliveira Casella
    Claudinéli Moreira Ramos
    Edson Amaro de Souza
    Igor Martin Pereira
    Jonatan Magella da Silva
    Marina Yukawa
    Nicole Ayres Luz
    Ricardo Antonio Lucas Camargo
    Rodrigo Moreira Mandetta
    Rogério Amaral de Vasconcellos
    Romildo Gouveia Pinto
    Rui Guimarães Vianna
    Samara Fernanda Buoso
    Schleiden Nunes Pimenta
    Thales Baruffi
    Zélia Bora

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