O livro "Memórias de Caraíva", escrito e ilustrado por Valdemy Sisnande Vieira, é um resgate histórico e cultural do povoado de Caraíva, no sul da Bahia. A obra é um memorial que reconstrói a história da vila desde seus tempos mais remotos até a década de 1980, utilizando principalmente relatos orais dos moradores mais antigos.
A narrativa começa com a fundação da vila, originalmente chamada Caramimoã, e explica a origem do nome, que está ligada a um peixe (o cará) e à vegetação local. Em seguida, o autor detalha os ciclos econômicos que moldaram a região:
- O Período da Piaçava: Um tempo de prosperidade e violência, com a exploração da fibra da piaçava, que culminou no sangrento "Conflito da Piaçava", ou "O fogo do Né".
- O Período da Madeira: O ciclo econômico mais importante de Caraíva, liderado por Algeziro Moura no início do século XX. A instalação de uma serraria a vapor trouxe prosperidade, empregos e o desenvolvimento de uma infraestrutura que incluía cartório, telégrafo e a construção de embarcações de grande porte.
- A Decadência: A partir de 1948, com a explosão da caldeira da serraria, a vila entrou em um longo período de declínio, agravado por um grande incêndio e pela perda de terras para grandes empresas. O livro descreve a pobreza e o isolamento que se seguiram, com os moradores sobrevivendo da pesca e da agricultura de subsistência.
O livro também aborda a chegada do catolicismo na vila, com a história de Felicidade, uma agricultora que construiu a primeira capela, e a importância da pesca e dos costumes e tradições locais, como as festas, as histórias contadas pelos mais velhos e as brincadeiras de roda. A obra se encerra com um panorama da Caraíva no final dos anos 1980, destacando a precariedade e o início do turismo, que, com a chegada dos hippies, transformou a economia e a cultura do local, prenunciando a Caraíva que conhecemos hoje.
29,7x21cm
32 Paginas
Memórias de Caraíva (Valdemy Sisnande Vieira)
Valdemy Sisnande Vieira, nascido em Porto Seguro no ano de 1974, foi criado em caraíva desde a infência. Com um ano e seis meses perde sua mãe e passa a viver com seus avós maternos, Alice e Antônio Sisnande. Aos sete anos ingressa na Escola Municipal tiradentes, em caraíva, tendo por professoras Edilza, edite e Duca, cuja dedicação muito o estimulou na continuidade dos seus estudos iniciais. Manifesta-se nesta mesma época a tendência marcante para o desenho primoroso. A pintura veio naturalmente por acréscimo e como auto-didata se firmou na tela, no estilo paisagístico, utilizando a técnica do óleo e do acrílico. Sensibilidade e talento, um ser humano profundamente autêntico. Ee tem 2 livros publicados: Memórias de Caraíva e Causos de Caraíva. Assim é Valdemy, o escritor e pintor.
Creuza Mascarenhas.

