Guanaíra é médica psiquiatra, atendeu a soldados da guerra do Vietnã, na Austrália, e a torturados no Brasil. Quando a conheci, ela era cunhada de Jarbas Pereira Marques, um dos mortos sob tortura, no massacre da Granja São Bento. Mas como dizê-lo? Guanaíra passa pelo trauma com a destreza de quem assiste a um filme de terror. Que viveu, e por isso trabalhou como psiquiatra contra a violência infame e covarde, sempre.
Se tais marcas da sua vida nós não soubéssemos, talvez não entendêssemos sob que mistério se faz uma poesia tão boa de direitos humanos.
A poesia de Guanaíra Amaral é militante sem qualquer obediência à última moda. É poesia militante porque é histórica, memória da ditadura, dos traumas que passaram por nós e não saem. Se não, sintam, olhem e reflitam.
De lá da Austrália me chegou. Com 14 horas de diferença do fuso horário, a poesia que é um apelo humano em versos. Chegou, Guanaíra. Chegou ontem, chega hoje, agora, amanhã e depois.
Urariano Mota, jornalista do Recife, autor dos romances “Soledad no Recife”, “O filho renegado de Deus” e “A mais longa duração da juventude”.
Formato: 14 x 21 cm
80 páginas
Capa de João Bosco Costa
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Contraponto (ebook)
Guanaíra Amaral, 73 anos, brasileira, australiana por opção. Nasceu em Recife, e viajou pelo mundo. Psiquiatra e ativista dos Direitos Humanos, foi membro do Tortura Nunca Mais de Pernambuco e da Acat Brasil (Ação Cristã para Abolição da Tortura) e do Bureau International da Fiacat (Federação Internacional das Acats). Ainda acredita na humanidade