Em BONDADE BRANCA, Gabriela Tunes conta a saga de Lucila, retirada de casa, na Bahia, aos 15 anos , para trabalhar e sobreviver em Brasília, na casa da família de um delegado de polícia.
A autora usa a força de seu texto para explicitar minúcias e detalhes reveladores de lugares, de cenas, mas principalmente de relações humanas e sociais chocantes que se desenrolam na capital do Brasil desde os anos 1980 até os dias de hoje. 
 
Como diz no prefácio a escritora Marina Oliveira, "ao revelar, a partir do olhar do opressor, as relações sociais que estruturam o trabalho doméstico, o nosso sistema penitenciário e de Justiça, Gabriela Tunes nos obriga a ver como nossa alienação desse lugar de quem sofre o racismo nos faz alimentar, pela nossa falta de consciência, essas engrenagens desumanas. Uma leitura obrigatória aos brancos de classe média brasiliense como eu e por isso mesmo muito incômoda, em diversos momentos da leitura. Ao provocar dor e perplexidade, denunciando os seus de forma tão contundente, a autora arranca a venda de nossos olhos sempre tão protegidos pelo lugar de privilégio no qual nascemos e vivemos no Brasil. Gabriela Tunes demonstra assim o poder de transformação social do romance, pela sua capacidade de desconstrução sim-bólica, fundamental na mudança das estruturas de opressão e racismo, em meio ao período de maior disputa de narrativas da história brasileira. É preciso muita coragem para desnudar a si e aos “seus” dessa forma, e isso para nossa alegria nunca faltou a essa autora."
 
17 x 24 cm, 376 páginas
Capa : Aquarela de Veridiana Magalhães
reproduz cena imaginária no Parque da Cidade, em Brasília.
 
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