Ronaldo Guimarães
Quando três irmãs, de origem libanesa, resolvem
enfileirar palavras para nos emocionar, haja emoção!
Houve emoção!
Colocaram uma palavrinha na frente da outra, sem
beletrismo e sem arrogância de escritores que só escrevem
para seus pares. Ainda bem.
Escrever simples é uma arte complexa. E prender o leitor é outra. Daquelas escritoras que nos puxam pelo braço ou pela gola, nos seduzem desde o primeiro texto e a gente só larga o livro no colofão.
Texto límpido, bem feito; bom como pão quente saído na hora; bom como quibe cru e grão de bico. Doce texto: bom como doce baklawa. Livro para degustar.
Deliciosamente.
Sem pretensão de academicismo, de repente, textos com peso, piso e asas. Mais asas do que piso. Sem pretensão de serem autoras, de repente, escritoras. Isso que dá serem despretensiosas. Quem manda?
"Inquietas" é um livro inquietante. Ah, essas meninas inquietas; ah, essas meninas atrevidas... Vêm sorrateiramente, como sem querer nada e, no primeiro livro, conseguem quebrar lirismo com humor. Tarefa difícil.
Crônica é um gênero bem brasileiro, datado no cotidiano. Leve. E talento para sustentar essa leveza. Amira, Samira e Sumaia sustentaram. E com galhardia.
Passeiam pelas páginas afugentando tristezas e buscando alegrias. Muitas vezes a tristeza esbarra e nem pede licença. Resgate da história da família Zaidan. Saga
de uma família.
Prazeres, desprazeres, encontros, desencontros... O passado, presente. Literatura é bem isso. Memória afetiva.
E que assim seja.
____________
Ronaldo Guimarães é escritor.
コメント