A Terra Redonda Editora lança o livro Aloysio Biondi: resistência ética e grandeza no jornalismo. Seu perfil biográfico é de autoria de Thais Sauaya, jornalista falecida em 2009, aos 49 anos de idade.
O debate deste lançamento propõe reflexões sobre uma relação que a prática profissional de Biondi expressou muito bem e pode ser percebida em três dimensões.
1. Uma ética no fazer jornalismo: a autonomia em relação aos patrões e aos interesses econômicos, a justiça nas relações profissionais, a formação permanente dos integrantes de suas equipes;
2. Uma ética da função social do jornalismo: a defesa dos mais fracos em relação ao Estado e aos poderosos, do "país melhor", do "melhor para o país", do direito à informação, da liberdade de expressão e da democracia;
3. A ética da vigilância legal e da condenação moral: normalmente a mais lembrada no jornalismo brasileiro. Em nossa mídia, há um padrão histórico de denúncias de corrupção de agentes políticos e de desvios de recursos públicos que - mesmo quando incluem os corruptores, o que não é comum - costumam promover uma ocultação da natureza sistêmica e capitalística dessa corrupção. É importante indicar que Aloysio Biondi não se deixou limitar por essa tradição. Em "O Brasil Privatizado", por exemplo, escancarou o modus operandi da elite brasileira em sua permanente apropriação do Estado e da riqueza coletiva. Não encontrou, porém, espaço na grande imprensa empresarial para publicar sua investigação jornalística, apesar da enorme relevância dela para o país.
Para enriquecer o debate, reproduziremos a seguir, nos posts deste blog, alguns artigos sobre o mestre Biondi.
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